Porém, a ideia do perdão não é mais coerente com a nova era, visto que com a consciência de que não há certo ou errado, apenas formas de aprendizado, se torna sem sentido pedimos perdão a alguém ou a nós mesmos.
Perdoar significa pedir desculpas por algum erro que acreditamos ter cometido. Mas à luz do Todo, não há erros e nem acertos. Deus não está julgando nossos atos, apenas nós é quem nos colocamos nesse papel de juízes da humanidade e vamos condenando e premiando quem achamos que têm esse merecimento. Quando pedimos perdão, automaticamente estamos admitindo alguma culpa. E no padrão da nova era, sabemos que culpa é uma das emoções mais limitantes para nosso crescimento, visto que passamos a nos punir, nos julgamos não merecedores de todo bem que o Todo quer nos conceder. Com isso, vamos sofrendo, criando situações com a finalidade de nos penitenciar por um mal antes cometido ou sofrido.
Troquemos então o PERDOAR por ACEITAR. Quando aceitamos que agimos naquela época com a consciência que tínhamos e que aquilo nos trouxe o aprendizado necessário para mudarmos e nos tornamos pessoas melhores, então o que há para perdoar, o que há para se culpar? Todas as pessoas que passam por nós, todas as situações que vivemos, não vêm em vão. Estão ali para nos ensinar algo valioso sobre nós mesmos. Nessa dimensão dual, somente através do atrito é que podemos crescer, nos lapidar. E não há injustiças nos planos de Deus, esse conceito é apenas humano.
Você não precisa do perdão de ninguém para se libertar. Você não precisa se culpar para receber a absolvição. Independente do que fizeram a você, é você quem precisa se libertar da amarra com essa pessoa, soltar, deixar ir, compreender pelo amor que ambas tiveram um papel importante de ensinamento e aprendizado. Da mesma forma, independente do que você tenha feito, por mais que tenha ferido alguém, você precisa soltar, deixar isso ir embora, melhorar o que puder ser melhorado para que não cometa mais o mesmo erro, mas tirar a dor de dentro de si para se libertar. No fim, tudo é apenas aprendizado! Não há culpados e não há vítimas. Tudo é justo aos olhos de Deus.
Diante dessa compreensão, o mantra do Ho’oponopono original já não faz mais sentido. É necessário uma reformulação para se adequar aos conceitos da nova era onde entendemos que não somos culpados, responsáveis SIM, mas não culpados, porque só agimos de acordo com nosso grau de instrução atual. Você condenaria uma criança por não saber ler? É certo um adulto se condenar porque houve uma época que ele não sabia ler? Não faz sentido algum. Todos agem com a maturidade espiritual que carregam naquele momento e estamos todos em evolução.